quarta-feira, 24 de agosto de 2011

In Acabado

No meio de uma futura linda canção
o cantor se cala

Ao mesmo tempo o aspirante a Picasso
debruça sob o chão o seu cansado pincel
após um nada grande esforço

Como olhando a vida alheia
a bailarina pausa seu plié
que já não estava tão limpo assim

Para não se sentir tão sozinho
como o seu personagem
O ator deixa o palco antes do segundo ato
e se junta aos seus outros amigos pseudo artistas
E como eles frustra a platéia...
...durante toda a sua vida.

E o escritor pseudo inacaba o poema.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sua Luz

Sentado à beira do fim da vida
O pobre homem lastimava
O quanto foi insossa tal existência

Pedrinhas despretensiosas no lago
Afundavam todas as memórias boas que ele ainda tinha

E tudo não era de agora
O declive ascendia a cada passo mal dado

Seus buracos colecionados no decorrer da vida
Tornaram-se o precipício amedrontador de hoje

Várias foram as chances dadas em forma de Luz
Diversos foram os “nãos” em tons de rejeição a qualquer Ajuda
...Divina, Celestial e Maternal.

A verdade é que suas mãos nunca foram bem usadas
Suas palmas nunca se conheceram
Sua Luz nunca foi acesa
Seu coração, irrigado por si.

Aquele que lhe deu as mãos e o coração
Nunca lhe negou a Luz
Sempre lhe procurou, lhe acenou, lhe sorriu
Mas você sempre apagava qualquer oportunidade

E agora,
O que fazer na escuridão de seus pensamentos?
Se há algum espaço para mudanças...
Uma lacuna de arrependimento...
Aproveite.

Pois qualquer fagulha de verdade pode incandescer um coração gélido
Uma centelha de amor pode sim, iluminar qualquer escuridão
Qualquer crença do bem pode aproximar as palmas de sua mão em tom de oração   
A Luz sempre estará acesa
Ilumine-se

Em pé à beira do recomeço da vida
O feliz homem sorria
Diante de tão deliciosa existência