sábado, 25 de julho de 2015

De cabeça pra baixo as normas
Rasgadinha a bula da tarja preta
Deteriorada num ensejo segue a vida
Entoa, berra e grita: me leve praquele cometa


Era ímpar. Era só ímpar.
Só. Sozinho. Somente só.
Percebeu que só não muito fazia
Como nem uma andorinha só faz verão
Como haveria ele de alguma coisa fazer
- já que nem asas tinha - só solidão
Destacado por ser único
Impossibilitado de ser ambos
Um mais um era sempre menos que dois
e nunca mais do que "um" vírgula zero
Acreditava que haveria de haver, de existir e de coexistir
Um par
- Par - de parceria de parcimônia de para tudo agora
Melhor parar mesmo.
Afinal de contas, para que mudar
Já que o ímpar sempre aprendeu a viver sem par.


Não há lógica que lhe caiba
Nem razão que nos compreenda
Ah, mas todo laço desembaraça
Mesmo a duras penas


Quando a tristeza aluga uma casa ao seu lado
É sinal que a vizinhança já teve dias melhores.
Nem sempre a tal faxina necessária é realmente necessária
Nem sempre os anticorpos querem ser tão contra os corpos
Às vezes nem sempre sabemos utilizar as vezes que nos são dadas.
Poucos sabem que o mesmo caminho de ir
É, também, o de voltar
A minoria quiçá conseguiu contar
Quantas são - de verdade - as voltas que o nosso mundo dá
Quantos caminhos sejam
Quantas voltas darão
De perto, de longe, de sempre,
De você pra Sempre
Em Meu coração


Na beira da estrada que liga minha onírica vontade à realização já plantei e destruí meio mundo de coração


Escreva aqui bem minuciosamente tudo aquilo que fiz
Depois, por favor, passe o lápis de colorir ao redor do que deseja
[daqui em diante]
Pegue o seu caderno de tabuada, e some todas as coisas que já lhe disse. Aprenda que há números após o infinito.
Aquilo ali do lado serve para apagar com destreza rasuras que já não mais precisam constar no caderno. Apague-as.
Nunca mais compre aqueles livros babacas de colorir, que são febre nas livrarias do shoppings mais iluminados da cidade.
Agora, quem sabe, subutilize um dos seus envelopes da gaveta à esquerda do coração do criado mudo, e guarde todas essas anotações lá dentro.
Quando a greve dos Correios terminar, com certeza, vou te esperar na minha caixa postal.
Atenciosamente,
Pildro Velasquez - em carta


O inverno mais frio, é quando você vai
[e se esvai]
O verão mais quente, é lógico, é quando você chega.
[e se aprochega]


Artista sem eixo
Coitado, puro desejo
Sem noção, sem freio
Verdadeiro artista, será?!
Só destempero
Temperado pelo tempo
Que passa deixando marcas
Que marcam sua face
Não só com máscaras
Quem artista inventa ser
Deveria como cobra, um antídoto ter
Pra que dessa vida bagunçada
Arrume-se tempo e encontre a estrada
Que leve não só a si, mas seus personagens...
Figurinos, adereços, textos, rubricas, aplausos
e um mundo, um monte, uma selva de beijos


(...)
Veio quando o autor já não mais sabia o que fazer
Partiu com a mesma velocidade que partira seu coração
Em detrimento de toda felicidade decidiu mergulhar
No fundo do rio, do riacho, do seco riacho do tal não amar
(..)


(Pildro Velasquez)


Se poesia vira você
Não se preocupe
Poema viro eu
Rabiscos incompletos
texturas sem tesão
É o que causa ou causaria
Dois dias sem paixão


Amarre bem direitinho
Cuidado pra não soltar
Caso não consiga
Guarde tudo no olhar
Presente bom é o inesperado
Beijo gostoso - nem sempre - precisa ser roubado
Num furto corriqueiro de intenções
Alinham-se estranhamento nossos pobres nobres corações
Nessa melodia cansativa de cada estrofe
Comungo nossos anseios em vários porres
Penso sem pensar pensando em você
E chego a hesitar sabendo nem sempre é pra já
...Mas pode ser.


Que gira numa velocidade que nem se vê
Que mesmo cantando uma nota só
Percebe que há música
E que muito há de mim
em você


Quando se escuta o silêncio; se ouve
Quando se cala; se escuta
Quando não sabe; se cala
Quando diz muito saber, sabe de nada.



Tentei longe de ti ficar
Procurei não mais te procurar
agi sozinho esquecendo como é bom lhe acompanhar

Como amanhecer
Pergunto eu
sem antes espiar, mesmo de relance,
o seu lindo luar

Oh noite querida
Nunca mais preterida
Venho até ti
Pois não sei lhe deixar



Foi zipado
Mas foi com carinho
Arquivo por arquivo
Comprimi daquele jeitinho
Após seu clique, meu bem
Ai Ai AI...
Te encontro no mesmo cantinho.


(Pildro Gates)
Quando os is perdem seus pingos
E os tremas formam rebelião contra a gramática
É sinal que não há sinal senão a exclamação
Que surge cada vez que penso que é comigo que você poderia estar
Como comigo você não se encontra nesse momento
Indago mesmo sem interrogação usar
Pra que lhe perguntar se você sente ou sentirá
Algum algo diferente, alguma coisa que brinque de pontuar
o local que você não se encontra, mas que deveria estar.


Nas entrelinhas
Nas estrelinhas
No espaço entre os beijos
No sorriso dos espaços
Nos beijos já beijados
Nos beijos que há para beijar
Nos lábios te encontrei
Nos lábios vou te amar

(P.I.L.D.R.O.)


Seca demais pro meu papo molhado de hoje,
você me chegou cegando a todos
inclusive a mim
Meus lábios míopes demoraram pra te encontrar
mas foram rápidos em te beijar
- que tragédia. - balbuciou minha mente cega
Numa terceira estrofe, te fiz alguns versos
Mas como não sou Pessoa, não foi tão legal
Mas não leve a mal, você nem iria gostar.



Te prometo, no mínimo, um beijo
no máximo, o meu beijo.
(Pildro)


Quem acha que só de rima vive um poema
ou imagina que só com prosa se constrói um amor
É que ainda não percebeu
que entre as plumas, os abadás e o paetê, coitado de mim!!!!!!
...havia você.


Você hoje deve estar mais longe que Plutão,
mas isso não impede de cê fazer morada
na órbita do meu coração.
(Pildro)


Já que mar vira sertão
Em que pode se transformar um indício de paixão?!
Em pessimistas linhas?
em estrofes - que ainda recorrem ao artifício platônico?
em amizade sinceramente talvez sincera?
ou em melaço de cana?
Melado de você, açucarado de mim
aguado de tentativas
Cá estou simplesmente assim


De tudo que fiz na vida
A melhor delas, não fui eu que fiz
Também não foi seu pai nem sua mãe
pois um meloso poema não cabe mais aqui
A culpa é toda sua
Por existir em segredo até ontem e anteontem
E agora o que faço eu, eu e eu
Já que agora to afim de representar até o tal Romeu
Sem ideias, sem roupantes, sem inspirações
Cem beijos, cem toques, cem emoções
Além das novidades,
Aquém das imprecisões
Quem é vai arrebatar os nossos corações?!


(...)
Como fechadura, fechei com você
Imitando chave mestra, fui entrando meio despercebido
O ambiente, antes inóspito, agora, já cheira a jasmim.
(...)


Te encontrei
Quando a realidade era meramente ilustrativa
Quando o sonho era meramente fantasioso
E quando a vida era meramente um traço
Te perdi
Quando a ilustração era intensamente real
Quando a fantasia era enganadamente verdadeira
E quando o traço... hum... tornou-se simplesmente um traço.


Os ventos mudam
te pegam de jeito
Os ventos mudam
Sem nenhum respeito
Os ventos mudam
Imitam a brisa
Os ventos são apenas ventos
Mas há quem duvide

(Pildro)


Novas notas
mais uma vez
podem compor
a velha melodia
de sua vida



Quando o caminho de volta
Dá voltas e voltas
Dificilmente você sente
Quão démodé é ser prudente

Há muitos e vários e diversos

Há imensos e tamanhos e tantos
Escolher um dentre tais caminhos
É o longo caminhar do ser humano.


sábado, 27 de junho de 2015

Todas as histórias românticas cabem num só olhar seu.
O beijo de Julieta e o bailado da bela com a fera
cabem num olhar seu
O desejo desmedido daqueles do Moulin Rouge
acredite, também, está aí nesse seu olhar
Quando o Titanic afundou, você não sabe - mas eu sei
que ele - de forma desmedida - tirou, por um segundo,
o seu olhar, do olhar seu.

Pildro Velasquez
E se eu já gostar levemente
E se eu teimar sentindo o que não se sente
É possível de tudo pra tudo agora mudar?!

E se eu calar a boca ardente
quão açúcar que nem um pouco docemente
na verdade exala sal em seu lugar


Pildro Velasquez
Lá do alto
bem do alto
No cume do alto do topo do mundo
percebeu que era do tamanho de um grão
mas que podia abraçar todo mundo
Lá mesmo
No cume do alto do topo do mundo

Pildro Velasquez
Se a sua mão você me der
Prometo que o coração vai junto
Pois não acredito em separação
Quando criamos o nosso próprio mundo



Pildro Velasquez

A tarde enciumada pela criatividade inata da escura noite
Decidiu se pintar de negro para ofuscar os tais brilhos do Sol
que muitas vezes impedia o voo certeiro de sua imaginação
Como uma estrela cadente ou como um foguete dando ré
o voo lhe rendeu poucas frases de efeito, raras rimas e um pseudo título
- que não chamava atenção nem de sua mãe.
Cansada de se vestir de noite,
A tarde pegou suas roupas de volta
E vespertina tornou-se mais uma vez.


Essa mensagem é só pra dizer
que apesar de você
já não mais fazer
majoritariamente parte da minha vida...
A menor das partes não para
Só reivindica a sua presença
Que já não é mais
majoritária




Meus olhos gostam de olhar para você
Confesso que às vezes eles até piscam quando você passa
Mas meus olhos não gostam de ver você olhando para outros olhos
Eles ficam nervosos e - também confesso - se debulham em lágrimas
Meus olhos se escondem "n´óculos" a fim de não serem lidos por aí
Mas os teus - coitados - não enxergam um palmo mas se mostram ali, aqui, aí, acolá, mais pra cá, mais pra lá, mas oê oê irri..



No dia que for para ir
Deixe um bilhete bem bonito
Cheio de dizeres de despedida
Mas não se esqueça
Que no verso há mais espaço
Desde que seja do seu agrado
Para você voltar, se não for com um beijo
Com aquele singelo sincero abraço.