sábado, 21 de abril de 2012

Fatídico Dia

Louco para consumar o fatídico ato
O homem envolto por loucuras
Parecia desistir de cessar, mais uma vez, a sua vida
O ponto final trocara de lugar com as reticências...
...Após uma carta ter sido descoberta:


“Como ser conjugado no pretérito
Quando a dor é tão presente
Como tornar-se esquecido
Quando de você há muitas lembranças
Como seguir o meu caminho
Se já não há


O que há, o que restou, o que ficou
Não completa a décima parte do seu odiado encantado ser
Por obrigatoriedade de me ausentar de sua vida
Despeço-me inclusive do meu ser
Que pouco pude contemplar
Depois de conhecer você“ (Pildro Velasquez)


Desidratado diante da leitura
Esqueceu-se que era louco
E tratou de agir com bom senso em sua vida


Desistiu dos fatídicos momentos
Fatiou seus problemas em pedaços menores (de fácil resolução)
Enforcou o trabalho naquele dia
E finalmente matou toda a saudade que tinha dos seus...





quinta-feira, 12 de abril de 2012

Pra sonhar... Tem que acordar!

Certa manhã não acordaram na hora de costume
Ficaram mais tempo na cama
Tinham decidido sonhar...
...Até mais tarde

Fizeram com que todos lembrassem
Que não há hora para o sonho
Nem sempre ele vem juntinho ao ato de se deitar
Mas é necessário saber que para ele acontecer
Ah, você sempre tem que acordar.

Enquanto um deles mantinha o despertador ligado a cada sonho
O outro conseguia fazer com que a cada dia
Seu sonho acordasse cansado e mal dormido



Cheio de olheiras, o sonho deste sonhava acordado a cada dia.
Já o daquele fazia Cooper, pois sabia que precisava se manter muito bem cuidado.
Se encontraram eles e os seus sonhos (às vezes respectivos, às vezes não)
Um fazia alongamento já prevendo o longo caminho que o esperava
O outro bocejava a cada passo, só não quando cuidava das câimbras.

E prometeram seguir

Depois de alguns degraus
O atlético sonho estava intacto reverberando saúde e determinação
Enquanto o preguiçoso já tinha parado mais vezes...
...Do que o número de degraus existentes naquela escadaria decisiva.

Munido de preguiça, o sonho retardatário oscilava entre “desistente e quase desistente”
Mãos no degrau, joelho no chão, lágrimas nos olhos
Queda seguida de decepção
Desistir? Não!
Mesmo manco o sonho ainda rastejava
E conseguia impor alguma coisa naquele rapaz.

E a subida continuava...
O Sonho maratonista já nem era avistado
- Não adianta binóculo, oh curioso sonho quase desistente!

Uma das opções de quem já caiu
É subir de qualquer forma
Sim, os fins justificam os meios e até os inícios,
Pensava o esfomeado sonho.

Dotado de sua visão meramente “umbigal”
Decidiu se apossar de todos os atalhos daquela escadaria
Praticamente se rebatizou, pois ninguém mais o conhecia

Armações aqui, atalhos e retalhos acolá
A rasteira foi dada por um dos seus próprios pés
Patinou, se trombou e caiu.
E como caiu.

Parecia que a escadaria tinha trocado de lugar com um precipício
Mãos no degrau, joelho no chão, lágrimas nos olhos

Bradou aos sete ventos
E aos cinquenta degraus
Que não mais o conhecia
Que nem sequer sabia
O que estava fazendo ali

E foi só na última queda
Que ele percebeu
Que o chão não era quebrado,
 O piso não patinava,
Nem a escada era tão íngreme assim

E sim, a forma de pisar... Que não era adequada
O sonho... Que não foi bem cuidado
Quem o ajudou a perceber tudo isso?
O saudável sonho que já levantava seu merecido troféu
Lá no cume da escadaria

Com humildade ele lhe estendeu a mão
O levantou do chão
E o lembrou que é sempre tempo de recomeçar

Mas que pra sonhar, tem que acordar.