Descalça andava a confiança do forasteiro.
Numa corrida com a sorte
Para trás ficara
Antes mesmo do tiro inicial
Depois de tantas quedas
Pular barreiras era difícil
Transpor, impossível
Decidiu mudar de lado
Deu as mãos ao azar
E seguiu tortuosamente em linha reta
Até a última curva de sua vida.
Antes da derradeira virada
Lembrou-se do que havia catado
Em muitas das suas paradas:
Eram objetos, palavras e carinho.
Eram beijos, moedas e desejos.
Eram sonhos retorcidos, mas eram sonhos.
Estes dividiam espaço na poeira do seu bolso
De que matéria eram feitos?
Não se sabia.
Nunca se soube.
Mas sabe-se que sofriam de insônia. Isso sim.
Para o seu bem ainda estavam acordados
Mesmo depois de tudo que lhe ocorrera
Seus sonhos sofriam de insônia
Assim como a sua vontade
Como os seus desejos
Como o seu ímpeto que parecia deixar a latência de lado.
Eram retorcidos, empoeirados, quase esquecidos...
... Mas eram sonhos.
"E não, ao morrer, descobri que não vivi!" (S.P.M.)
ResponderExcluirEncantada? Transbordada...
Ludi Dattoli