sábado, 10 de novembro de 2012

Quase


Com um não mais cheio de sim,
Negou qualquer possibilidade de mudança
O seu colorido mundo não precisava do preto e branco daquele rapaz
Ele era qualquer um daqueles, que fazia de sua vida uma conquista
Mas na dela, uma cruzada.

Com todas suas armas a postos
Tratou de diminuir milimetricamente a amplitude de seus sorrisos
Afinal de contas, essa seria uma arma letal contra qualquer sentimento vindo de lá

E de cá, o maléfico sentimento desferido pelo capataz de brilhante olhar
Parecia minar qualquer resistência que ainda lhe restara
Um crime
Um pecado
Dois absurdos eles eram.

Com um sim temeroso pelo não alheio
Afirmou a ela todas as possibilidades de mudança
Um balde de tinta pretendia arremessar bem naquela direção
Ela era uma daquelas que fazia da sua vida um desastre
Mas na vida do narrado rapaz, um milagre.

Com todas suas flores no bolso
Tratou de diminuir drasticamente a distância
Entre o coração pretendido e o que ainda pretendia

O plano do rapaz estava arquitetado
Nada poderia dar errado
Confiava no olho a olho
Pelo menos num dos

E sem enxergar o que ele via
De nada valia tudo aquilo
A poesia feita pra ela era indecifrável
Para percebê-la só alcançando um singelo estado
Um pedaço de simplicidade apenas

Com os olhos nus ele chorou seus sentimentos
Estrofes, rimas, versos sem pontuação
De nada adiantava
Os dela continuavam vestidos.


3 comentários:

  1. Olha com o "Quase" é interessante:é a narrativa poética do amor unilateral, é o conto em versos destes descaminhos por onde quase todos já passamos um dia. Um par que não foi... que não é... e que talvez nunca será nada, exceto o "quase". Curti milhões de vezes!

    ResponderExcluir
  2. Sem Palavras... Amo você!!

    ResponderExcluir
  3. Muito bom , gostei do final!

    Eu acabei de começar um blog, visita lá : blogfilippe.blogspot.com

    Obrigado =)

    ResponderExcluir