Soube nos búzios que
o ano seguinte seria, no mínimo, um máximo
Observando atentamente seu mapa previu que o amor estaria em
evidência
As cartas sugeriam acontecimentos marcantes, mas nada muito
explícito
Não conformado com todas aquelas explicações abstratas
Correu até o vidente mais famoso do bairro
Antes mesmo de sua chegada triunfante, chegou a tal mensagem
vinda além do além
Numa caligrafia impecável apenas se percebia a palavra “amor”.
Ainda sem entender o que aquilo significava
O curioso moço teve ainda que acudir o médium, que desmaiado,
após tanto esforço
...despedia-se dessa existência mundana.
Oh Céus! Tamanho esforço teria sido em vão?
Não! Pelo menos a palavra “amor” tinha sido escrita pelas
mãos do ex-vidente do bairro.
Ainda não conformado com todas aquelas explicações baratas
O sujeito dessa história invadiu centros espíritas , templos
e terreiros
Analisou profecias, livros sagrados
E até tentou psicografar os outros dizeres daquele médium
que morreu no outro parágrafo
Depois de entoar mantras desconhecidos para os próprios
budistas
Decidiu utilizar a única mensagem que tinha conhecimento até
então
E repetindo exaustivamente para não esquecer,
Toledo pronunciava o tal “amor”.
Era amor pra cá
Amor pra lá
Amor para todos os lugares
E para quem quisesse.
E para quem não quisesse também.
Levando ao pé da letra se apaixonou por todas
E quando não se apaixonava, adorava.
E quando não adorava, amava.
Verbos não faltavam para o novo Senhor do Amor.
E eis que chega a tal noite
Em que vestido de longos cabelos pretos chega o tal amor
Talvez o único e verdadeiro
Ele a tratou como mais uma
E mais uma ela foi
Embora.
O seu amor.